Quinta-feira, 26 de Abril de 2007

Foi ontem a comemoração do dia 25 de Abril, dia em que, há 33 anos atrás, saímos da ditadura rumo à democracia... E desde já o meu muito obrigado a todos os que sofreram e lutaram para que eu, 9 anos mais tarde, já tivesse nascido sob o sol da liberdade de Abril.
Mas a verdade é que continuamos rumo à democracia (Demo=povo+Cracia=poder), porque no fundo o povo não sabe ter o poder. Infelizmente, não há a cada esquina um amigo e em cada rosto um irmão. E de cada vez que um de nós se apercebe disso, acha-se no direito, e até no dever, de se tornar igual a todos os outros: desonesto, corrupto, injusto, sem escrúpulos... Porque se são todos assim, e é assim que se safam, porque é que eu não hei-de ser também? E por cada um que se torna mais um, a democracia cede, a liberdade desvanece.

Hoje entristece-me ser portuguesa. Olho para esta realidade tão corrupta, tão injusta, tão sem carácter, e a minha liberdade também desvanece. Porquê? Porque é cada vez mais difícil manter a cabeça erguida, é cada vez mais duro ser-se verdadeiro e honesto consigo e com os outros; porque essa é a minha liberdade, a liberdade de ter a consciência tranquila naquilo que sou e naquilo que faço. Qualquer outra liberdade, para mim, não passa de ilusão.

E às vezes, à minha liberdade chamam-lhe sonho, inocência, imaturidade... Então o que é a liberdade afinal?



apoquentado por Béu às 17:34 | linque da apoquentação | mandar pitafe

Terça-feira, 24 de Abril de 2007
Estava ontem a desfrutar dos benefícios de morar perto daquele lago gigante que une os povos, o mar, e dei por mim a pensar que, tal como quase toda as pessoas que se habituaram a conviver com aquele cheiro a sal a colar-se na pele, também eu via o mar como uma espécie de conselheiro, de porto de abrigo. E, como normalmente nos lembramos dos portos de abrigo quando passamos por um dia ou uma fase menos boa, era nessas alturas que me socorria daquela imensidão de água, para tentar que as mágoas fossem nas ondas, e que essas mesmas ondas trouxessem novas esperanças, no caminho de regresso.
E eis que chego à conclusão que os líquidos devem ser uma forma que o humano arranjou para se iludir, acreditando talvez na efervescência dos seus males. O liquido do mar, o liquido de um duche reconfortante, o liquido de 1 (ou 2 ou 3) copos de vinho, o liquido de 1 (ou 2 ou 3) lágrimas...


apoquentado por Béu às 16:46 | linque da apoquentação | mandar pitafe

Segunda-feira, 23 de Abril de 2007

E porque este assunto do nacionalismo e do fascismo é do mais fashion que anda por aí, li hoje uma crónica tão óbvia (pela constatação), como interessante. Diz Nuno Pacheco, no Público de hoje, a propósito das apreensões "nacionalistas": ""Primeiro os portugueses, alternativa nacionalista" lia-se numa das tarjas. E o comum dos mortais pensaria logo nas imagens do lado:Afonso Henriques, Dom Nuno, Dona Brites, padeira de Aljubarrota, Marim Moniz, o das fatídicas portas, quiçá Salazar em imagem pré 3ª idade e talvez mesmo a senhora de Fátima com ou sem pastorinhos. Puro engano. (...) Na restante parafernália, nem um mísero traço do revanchismo lusitano ou a ele aparentado. Havia, isso sim, além das armas que servem para matar em qualquer língua, vários livros sobre Hitler, um sobre Gestapo, outra sobre "cultos secretos arianos e a sua influência na ideologia nazi" (...) E muitas t-shirts, com slogans babélicos, uma das quais dedicada às Waffen SS (...) Resumindo: os nossos nacionalistas compraram o mapa errado, equivocaram-se de nação e incorrem em gravíssimo erro geográfico. Com tais Slogans, o lugar das suas cruzadas é numa Alemanha que felizmente já não existe."


Pois...


E que dizer das "bombásticas" (porque parece que nas últimas semanas todas as conferências de impressa prometiam declarações bombásticas, que depois não passavam de bombinhas de mau cheiro) do líder do PNR: Dizia ele, do pouco que me recordo, que no seu partido todos eram bem-vindos, tivessem cabeça rapada, ou uma longa cabeleira, desde amassem Portugal. Então e se tiverem carapinha e aquele sotaque "criolês", também bastava dizer "Eu amo Portugal"?



apoquentado por Béu às 18:56 | linque da apoquentação | mandar pitafe

Acabo há poucochinho tempo de trocar algumas rosas secas por dois cravos vermelhos. Significado? Liberdade, como é óbvio! Este ano, mais do que em qualquer outro Abril, sinto necessidade de homenagear os que sofreram e morreram para que hoje pudéssemos eleger o Senhor António de Oliveira Salazar como o Maior português de todos os tempos. Bem hajam os que hoje foram livres de pegar no seu telemóvel importado e votar!


apoquentado por Béu às 18:52 | linque da apoquentação | mandar pitafe

Há algum tempo atrás fiz uma pequena abordagem ao mundo dos blogs, em meu nome próprio, mas não fui gostando do desenrolar do projecto, e como tal acabei por matá-lo ainda na fase de gestação. Poderá então chamar-se aborto, e ainda na vigência da antiga lei.

Entretanto fui escrevendo algumas coisas em blogs partilhados, mas que também nunca chegaram a passar do meio gás.

E agora, que disponho de cerca de 24 horas por dia livres, e com uma actualidade tão repleta de assuntos sobre os quais apetece mesmo mandar um pitafe, aqui estou eu de volta, a um espaço para desopilar um bocadinho e escrever sobre aquilo que me apoquenta muito, pouco ou nada.

Bem-vindos os que vierem por bem, mesmo que enganados.



apoquentado por Béu às 18:42 | linque da apoquentação | mandar pitafe

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