Quarta-feira, 30 de Maio de 2007
Público, 29/05/07
Costumo frequentemente questionar-me sobre coisas um bocado tolas, que depois andam às voltas na minha cabeça, sem resposta à vista. E uma da perguntas recorrentes, que faço de mim para mim, é: o que é um país? Sim, o que é um país, uma pátria? Será um bocado de terra delimitado por fronteiras? E se essas fronteiras estreitarem ou alargarem? E se, de repente, deixarem de existir? O país deixa de fazer sentido...
Então se calhar é pelas pessoas, é um conjunto de pessoas unidas por uma bandeira e um hino, que roem as unhas e sofrem nos jogos da selecção? Mas há pessoas constituintes do tal país, que não conhecem o hino, mal reconhecem a bandeira e não sabem o nome de um único jogador de futebol...
Será então um espaço político? Se calhar um país é um conjunto de terra e pessoas a mando dos governantes e dos políticos que fazem as leis e decidem, a cada dia, o nosso dia. Mas... assim há que haver terra delimitada por fronteiras para dirigir, há que haver pessoas que partilham hinos e bandeiras para governar... Mas... quem governa foi eleito por essas mesmas pessoas, dentro ou fora desse espaço limitado de terra... E ainda há países e pátrias para os quais nada disto é verdade...
Isto assola-me quando percebo o número de pessoas que morrem em nome de um país, de uma pátria. Perde-se uma vida, que na morte ganha o direito a ser coberta pela bandeira de quem, ou do que, a matou. Rouba-se uma existência em nome de um país, que por a ter visto começar, por lhe permitir um nome e uma nacionalidade, acha-se no direito de lhe pôr um ponto final.
Vi esta foto, e não resisti a continuar a perguntar-me, questionar-me, interrogar-me e acima de tudo, indignar-me!
Sábado, 26 de Maio de 2007
Até um pouco mais de 3 horas de concerto para um grande senhor.
Acho que pela primeira vez senti uma enorme vontade de que a música fosse palpável, para poder entrar por aqueles sons, agarrá-los, espremê-los e vê-los sair entre os dedos!
A arte eleva-nos a alma, torna-nos perfeitos na harmonia da total imperfeição.
when the world ends... a new melodie is beginning...
Exma Sr.ª Directora da Direcção Regional de Educação do Norte, até um pacote de açúcar sabe disto!
Terça-feira, 22 de Maio de 2007
Limito-me a transcrever: Em dez minutos, o Primeiro Ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, chegou à Praça da Figueira, em Lisboa, apertou a mão a Fernando Nunes, que trabalha há 24 anos na Antiga Casa do Bacalhau, pegou em um ou dois bacalhaus, sorriu para as máquinas dos fotógrafos e voltou para os carros que compunham a comitiva que o trouxe de um almoço com José Sócrates. (...) "aprendemos a preparar bacalhau com os portugueses" (...) "foi o bacalhau que nos aproximou, há muito anos, há séculos" (in Público, 22/05/07)
Ah e tal, são muito desenvolvidos, muito produtivos, muito organizados... Pois, pois, mas têm montes de bacalhau e nós é que temos que os ensinar a cozinhar!
A questão que agora me surge é : como será que se diz Zé do Pipo em norueguês?
O bacalhau une os povos, e mostra mais uma vez a nossa capacidade de descoberta e colonização!
Estava a ler hoje que a Universidade do Porto vai promover a avaliação dos professores universitários por parte dos alunos. E esta é, para mim, uma excelente iniciativa. Porque para um ensino superior dignificante, é necessário que todos sejam postos à prova, no sentido construtivo e de melhoria e rigor. Sempre me pareceu injusto que todos os males do sistema recaissem sobre os alunos, especialmente quando se falava em números clausos e no agravamento de propinas ou mesmo afastamento do sistema de ensino, depois de um dado número de reprovações. Na verdade não sei como ficou a situação, mas sem tirar a responsabilidade aos alunos, é também da responsabilidade dos professores promover um ensino de qualidade, rigoroso, mas pedagógico, e o que muitas vezes acontece são professores que de pedagogia não percebem grande coisa, apesar de poderem ser óptimos nas suas áreas profissionais. E aí falha o sistema. Quando há professores a exibirem com orgulho as pautas de anos anteriores em que 99% dos alunos chumbaram, é necessário perceber o que está mal e tentar corrigir.
E a verdade é que esta decisão não vai agradar a todos, mas também é verdade que quem não deve não teme!
Pois é, eu bem me parecia que a camisa verde de ontem era um bom presságio. Finalmente notícias, finalmente boas notícias. Emprego está mais perto, e à partida um emprego aliciante, com tudo o que mais apetece no momento: sair daqui, viajar muito e acima de tudo, conhecer muitas pessoas novas, aliado claro, a fazer algo mais estimulante do que o meu anterior trabalho de distribuir cartas (sem qualquer tipo de desprimor para os meus colegas carteiros, de quem gosto muito e por quem tenho imensa admiração).
Resta-me aguardar que tudo se conjugue da melhor forma e agradecer as good vibes de quem esteve a torcer por mim :)
Segunda-feira, 21 de Maio de 2007
E eis que chega mais uma segunda-feira, começo de semana, recomeço de esperanças. Mais um braçado de currículos ao cuidado dos CTT, para que os façam chegar, sãos e salvos, aos dossiers destinados aos currículos.
Não sei se serei normal (felizmente acho que não), mas gosto bem mais da segunda do que do domingo, por exemplo. E no tempo actual, até chego a gostar mais da segunda do que da sexta. Deve ser porque ao chegar ao fim da semana não há mais nada a fazer... Já se passaram mais 5 dias e nada mudou. Pelo contrário, hoje há 5 dias de novo fôlego... e de medo de chegar a sexta sem ar, mais uma vez. Enfim, tenho que me aguentar à bronca, 5 vezes mais. É o que dá acordar de manhã e só voltar ao inconsciente à noite.
De qualquer forma, hoje visto camisa verde esperança!
Domingo, 20 de Maio de 2007
Pois é, hoje junto mais uma experiência ao curriculo: Mercado da Solidariedade. Significa o quê? Significa o regresso a um antigamente fora do nosso tempo, onde todos produziam e eram esses produtos as moedas de troca para adquirir os produtos dos outros.
Uma noite e uma manhã a fazer tartes salgadas, pela primeira vez, e a rezar para que aquilo corresse bem. E correu. Trouxe na bagagem sabonetes caseiros, ervinhas para chá e uma fantástica mini sessão de reflexologia. E ainda poupei 12 solidários para a próxima feira.
Conclusão: só consigo poupar mesmo solidários, porque o dinheirinho que é bom, mal chega e já se foi! :)
Fora de brincadeiras, foi uma viagem muito interessante pelo mundo das trocas. E dá um certo alivio poder comprar ou fazer algo que se tem vontade em troca de outro algo produzido por nós.
Bela iniciativa.
Sábado, 19 de Maio de 2007
Estávamos em plena reportagem SIC ou RTP 1, perdoem-me a imprecisão, mas não me lembro. E fomos em directo para o creamfields, onde faltava cerca de 1 h para os Da Weasel encetarem o palco principal. A jovem jornalista tinha dois elementos da doninha consigo.
"- Boa noite Carlão!" diz a pequena entusiasmada. Bom, dado que eu não sou grande conhecedora das fisionomias dos restantes elementos da banda, excepto do Pacman, e como um dos entrevistados era o vocalista, percebi que o Carlão era o outro senhor ao lado do Pacmam.
Mas?! qual não é o meu espanto quando aparece a util legendinha com a identificação do supra referido e afinal... João Nobre! O senhor chama-se João Nobre!
Fica a dúvida: quem é Carlão?
Quarta-feira, 16 de Maio de 2007
"Pronto, os papéis estão preenchidos, o curriculo está entregue. Agora é só esperar"
Agora é SÓ esperar? SÓ? Será que as senhoras simpáticas não percebem que esta é a frase mais cruel que podem dizer a quem vai de pastinha em punho, distribuindo 3 páginas de competências, repetidas ao longo de muitos agrafos de esperanças?
Não há alternativa, é mesmo SÓ esperar, mas é urgente que se arranje uma outra forma de transmitir esta realidade. Talvez um murro nos queixos fosse menos doloroso.
Agora é SÓ esperar...
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