Pois é, este fim de semana fui conhecer a casa da minha irmã: papéis com as míticas frases de ocupação territorial estudantil na parede da sala, fotografias das gentes da terra no quarto, e o jantar feito de massa... Não há engano possível: é uma casa de estudantes, concerteza!
E eis que cruelmente chego à conclusão que os papéis se inverteram. Agora sou eu que lhe conto as novidades dos papás, da avó, dos gatos, e é ela que me apresenta as colegas de casa e sugere os sítios cools da zona! É giro... e é nostálgico. Mas também, para mim tudo é nostálgico!
MAR mar, que dissolve as angústias e devolve em espuma os pensamentos atirados ao acaso, embrulhados em grãos de areia. Mar, que se deixa rasgar por quem anseia encurtar distâncias entre os seus balanços. Vento que sabe a mar, mar que sabe a sol, sol que sabe a sal, sal que volta ao mar...
BEIJO percorre todo o corpo sem sair dos lábios, ultrapassa sem pudor as barreiras da pele, arrepia a leve penugem da espinha e aloja-se nos olhos fechados, na entrega da língua a descobrir os movimentos molhados e desajeitados numa dança a dois, nas mãos a tentar tocar muito mais do que a sua superfície permite, e nos corpos colados aquecidos pela simplicidade dos beijos térmicos... quentes.
DESEJO sentir os membros a entrelaçarem em manobras acrobáticas, a pele a trocar dádivas de sal e água, a profanação dos recantos mais sagrados do corpo e a respiração aflita como se todo o ar fosse insuficiente para encher de oxigénio dois corpos, para lhes alimentar a combustão do desejo
Estes parágrafos aconteceram numa conversa de internet daquelas que valem a pena, onde era dado o mote com uma palavra e o objectivo era escrever qualquer coisa sobre ela. Transcrevo para aqui osmeus e deixo no histórico outros muitíssimo bem escritos, mas com direitos de autor :)
Pois é, afinal até parece que a lei está realmente a mudar velhissímos hábitos. E eu a pensar que não iria passar de mais uma daquelas leis muito giras, mas que servem apenas para confrmar a excepção. E começou mais ou menos nesse registo, porque começar a proíbir o fumo numa noite de passagem de ano, é um ínicio condenado ao fracasso. Mas os dias seguintes vieram demonstrar alguma firmeza, pela qual fico surpreendida e agradada. É facto, relativamente a este assunto sou totalmente fundamentalista, como já havia escrito algures neste blog. E isto por uma razão que me parece tão simples quanto irrefutável: atentado à liberdade individual. E o engraçado é que os fumadores se servem exactamente deste argumento para defender o sua direito de acender o cigarrito. Diz Inês Pedrosa na sua Crónica Feminina na Única: "Sem o direito a escolher o seu próprio estilo de vida ninguém é livre". Tem piada que eu, desde sempre que escolhi o meu estilo de vida no que se relaciona com o tabaco, e nunca consegui realmente ser livre para o ter. E agora chamam intolerantes aos não fumadores? Amigos, desde sempre que nós fomos mais que tolerantes, fomos altruístas, cedemo-vos o aparelho respitatório para inalar o vosso fumo em segunda mão, cedemo-vos o cheiro a lavado no cabelo e na roupa, cedemo-vos o nosso conforto ocular. Não chega? Como é possível que agora se queixem de perseguição, como é possível que reivindiquem uma liberdade individual que há tanto tempo nos tiram, e como é possível que em vez de nos acusarem de pidescos, não nos agradeçam todas as décadas de tolerância? É claro que defendo que os fumadores devem ter todo o apoio por parte do sistema de saúde, e acho sinceramente que assim será mais fácil o fim do vício. Para os que levantam a bandeira da causa fumadora, fumam por prazer e não querem jamé deixar de o fazer, está tudo bem. Felizmente temos um excelente clima para o ar livre, mesmo de Inverno!
Tenho andado arredada das lides bloguistas, e por isso só agora escrever o primeirissímo post do ano de 2008. E como tal, serve este rabisco para, em jeito de new year resolutionreafirmar que 2008 vai ser um grande ano, para compensar as angústias doismilesetianas. O ano que passou foi mais ou menos como um estudante: teve 365 para mostrar o que valia, mas só nas vésperas do juízo final é que se lembrou de me agradar um bocadinho! :) Não faz mal, porque foi o suficiente para entrar em 2008 cheia de vontade de recomeçar, cheia de boas energias.
Espero que estes 366 dias não desiludam :)
E porque gosto muito desta música, e me transmite coisas boas, em fuego lento: