Decorre o congresso do PS em Espinho. Entre a ausência de Manuel Alegre, a escolha do cabeça de lista para as eleições europeias (que por acaso é o avô Cantigas), o discurso de vitimização relativamente ao caso freeport ou os carinhos concedidos ao Bloco de Esquerda, o que é realmente importante realçar é que José Sócrates ostenta um ameaço de bigode.
Espero, sinceramente, que amanhã já lhe tenha passado.
1- Óscares: Ora bem, eu não sou propriamente uma cinéfila, mas gosto muito de cinema, e vou frequentemente, pelo prazer de assistir a um bom filme no grande ecrã, acompanhado do som das pipocas alheias. Além disso, é um excelente programa para as solitárias tardes de fim de semana, não fosse o preço crescente dos bilhetes. Sou declaradamente contra filmes no computador, na televisão e DVD' são um último recurso. Eu gosto mesmo é do cinema, pelo lazer, mas essencialmente pelo prazer de ver arte, porque antes do simples passatempo, está a arte por detrás de um bom filme.
E por isto, congratulo-me , especialmente, pela estatueta de melhor actor ter ido para Sean Penn. Milk é realmente um filme brilhante, pela história, pelos princípios subjacentes e pelo brilhante desempenho dos actores. E ainda acerca deste filme, eu acho interessantíssimas as reacções, especialmente masculinas, quando se tratam de filmes acerca da homossexualidade. Brokeback Mountain foi disso exemplo. Parece que entrar na sala de cinema poderia mirrar a pilinha aos viris machos latinos e lá estavam eles a fazer piadolas de gosto duvidoso, sobre os cowboys gays. Não sei se este Milk também terá despertado este tipo de susceptibilidades. Se o fez, não foi certamente na escala do Brokeback, mas eu estranhei o facto de, pelo menos nos cinemas do Fórum Algarve, o filme ter tido tão pouco tempo de exibição, comparativamente com outros filmes e achei que isto poderia ser reflexo da baixas audiências, relacionadas com a temática. Bem, poderá ter alguma coisa a ver... ou então não! Slumdog Milionaire é também um óptimo exemplo de obra de arte. Um filme originalmente fora de série, com aquela tacada final, ao bom jeito de Bollywood. E por fim, também me parece justo o Óscar para Kate Winslet, completamente entregue ao papel em o Leitor.
2 - Carnaval: Não sei o início exacto do meu entusiasmo pelo carnaval. Lembro-me do meu fato de dama antiga, por alturas da escola primária. Fazia sempre um sucesso enorme, mesmo depois de anos seguidos a usá-lo. Mas acho que não foi aí. A indústria do Carnaval em minha casa começou algures aos meus 17 anos, com esta Minie:
Criaram-se várias tradições que perpetuaram, mais ou menos fiéis, até hoje. A criação de fatos estava a cargo da minha mãe e da minha avó, imbatíveis na arte da costura. No sábado à noite há baile, daqueles bem castiços, numa junta de freguesia, associação cultural ou coisa do género, e na segunda feira é dia de Txilofolia (ou Zé Dias, como é mais conhecido) e depois, Kadoc até o sol raiar. Este ano a coisa proporcionou-se de forma ligeiramente diferente, e há, inevitavelmente, baixas provocadas pelos vários caminhos que as vidas vão tomando. desde 2000 até 2009 muita coisa se vai alterando. Realmente a mãe e a avó não tiveram grande trabalho, porque este ano foi de reciclagem de fatos antigos. No Sábado não houve bailarico, mas no Domingo lá estávamos no baile da junta de freguesia de Moncarapacho, a dançar que nem malucos, de imperial em punho (porque as minis não eram permitidas por questões de segurança). Foi até acabar a festa, e sim, conhecemos o Heldinho dos chocos, que é da Colatra, tem uma das maiores famílias da Europa, com umas 3000 pessoas... vivas, e costuma ir a S.Brás ao SpoK (que no fundo se chama Spot). E ontem lá fomos picar o ponto à Kadoc, que estava bem boa, e onde se podia andar bem mais à vontade do que em anos anteriores.
E basicamente é por isto que eu gosto tanto do Carnaval; divirto-me muito e a magia acontece quando posso ir confortavelmente para uma das mais afamadas discotecas do país com uma camisa de dormir de flanela às flores, um robe, e uma pantufas em forma de cão, e estar confortavelmente adequada ao tempo e espaço :)
Hoje foi dia de não despir o pijama e nem sequer pensar em sair de casa, o que implicaria enfrentar um carnaval de Loulé repleto de foliões a congestionar todas as entradas e saídas da cidade!
3 -Mina: Andava eu há algum tempo decidida a adoptar um gato, quando finalmente apareceu a oportunidade. Precisamente ontem chegou a esta casa uma criatura que cabe na palma da mão, tem muito pelinho assim a dar para o acinzentado e mia que se farta. Chama-se Mina, uma homenagem à criança que fui.Os gatos têm o dom de conseguirem ser os animais mais queridos à face da terra. E a Mina não é excepção!
Hoje, no Público, vem a noticia que o IKEA avisou os seus clientes que compraram edredons de penas, que poderiam devolvê-los e lhes seria restabelecido o seu dinheiro. Isto porque, depois de uma investigação, os responsáveis por este grupo descobriram que os seus fornecedores chineses arrancavam penas de aves ainda vivas. Assim, se os clientes, tal como o IKEA, são contra qualquer crueldade contra os animais, podem demonstrá-lo, recusando os referidos edredons, sem qualquer prejuízo para os próprios.
Lá está a diferença entre a civilização nórdica e a tacanhês a que estamos habituadinhos.
Atrás do balcão do café, às 11 e qualquer coisas da manhã:
Avó:
- Oh filho, porque é que não comes o arroz doce que tens aí? Só comes porcarias, só gostas de doces...
Neto:
- Mas o arroz doce também é um doce!
Acho muito graça à educação alimentar que é dada às crianças. Uma taça de arroz doce logo pela manhã é realmente algo de valor, especialmente porque no decorrer da conversa a avó lá foi partilhando as suas preocupações, uma vez que da parte do pai, a criança tem muitos antecedentes da diabetes, assim em larga escala. E pelo tom, esta taça de arroz doce não é uma excepção de fim de semana.
E o que mais me consterna é que este tipo de "deixa andar" provoca danos muio dificeis de recuperar, quer a nível físico, quer a nível psicológico. E eu sei do que falo!
"...E finalmente a Ti, Peixes, dou a mais difícil de todas as tarefas. Peço-te que reúnas todas as tristezas dos homens e as tragas de volta para mim. As tuas lágrimas serão no fundo, as minhas lágrimas, a tristeza e o padecimento que terás de absorver serão o efeito das distorções impostas pelo Homem à Minha ideia; mas cabe a Ti levar até ele a compaixão para que possa tentar de novo. Por esta tarefa eu Te concedo o Dom mais alto de todos: Tu serás o único dos meus doze filhos que me comprenderá. Mas este Dom do entendimento será só para Ti, Peixes, pois quando tentares difundi- lo entre os homens, eles não Te escutarão..."
Muito engraçadinho Senhor Neptuno...