Cá estou, em pleno terminal 2, aguardando impacientemente pelas 6h50m para embarcar para a ilha de sir Alberto João Jardim. Sim, as merecidas férias enfim chegaram e nada melhor do que arejar ideias na terra das bananas e do bolo de mel, na companhia de duas das 3 mulheres da minha vida, a minha mãe e a minha avó. A viagem começou a modos que em stress,quase que a perder o autocarro. Mas a coisa compôs-se, e do autocarro já nos safámos. Vamos lá andar de avião uma vez mais. A cada vez que ando, acresce uns pontos no meu medo. Mas que pacóvia que me sinto... ok, no way back. Tenho que me aguentar à bronca e aproveitar para dormir as duas horas de voo.
muito muito obrigada a todos os que se lembraram de mim no dia 19, e que o demonstraram. Não consegui responder às mensagens, mas estão todas guardadinhas no coração :)
Beijinhos daqueles muito grandes a todos!
Foi à grande e à francesa. Comemorei os meus 26 aninhos durante 3 dias, para que não restem dúvidas que estar vivo é motivo mais do que suficiente para celebrar. Foi com a familia, foi com os colegas de trabalho e finalizou com os amigos de sempre, aqueles do tempo da outra senhora. Parabéns a mim, que entre momentos mais brilhantes e outros menos luzidios, tenho-me esforçado por ser uma boa pessoa... E penso que tenho conseguido algum sucesso :)
Venham mais uns 80 aninhos, pronto, já não peço mais!
Não é de todo novidade, para quem me conhece, que sinto uma enorme nostalgia relativamente aos 9 meses que estive "presa", não a cumprir pena, mas a cumprir estágio. É facto, tudo o que se relaciona com o sistema prisional exerce sobre mim um fascínio inexplicável. Como tal, fiquei entusiasmadissíma com a parceria entre o meu trabalho e o Estabelecimento prisional, que me vai permitir ir lá umas quantas vezes e participar de novo naquela rotina de chaves, detectores, gente com aquela expressão tipica de sistema prisional, de quem esconde muito segredos, mas ao mesmo tempo desvenda com o olhar todos os segredos alheios. Enfim, dinâmicas do mundo prisional, que por mais curiosidade que me despertem, são mesmo para ficar escondidas nos cofres dos que lá pertencem.
No fundo, tenho consciência que estive o tempo certo para perceber algumas coisas e perceber também que outras não são para ser percebidas por forasteiros do meio prisional.
Se tivesse permanecido teria compreendido se realmente eu poderia vir a pertencer àquele meio, ou não. Assim, a minha estadia foi na medida certa para me deixar muitas, mas mesmo muitas saudades!
E pronto, resumindo, estou em pulgas para a sessão de amanhã!
E para completar, aqui fica uma bela melodia alusiva ao tema :)
Nada mais coerente para uma licenciada em Psicologia, a trabalhar numa Associação de Saúde Mental, do que ter uma gata com perturbações mentais. E a cada dia que passa, mais se confirma que este felino não joga com o baralho todo.
É verdade que quando chegou era muito quietinha e timida. Mas apropriou-se do espaço e agora ninguém a segura. Comecei a desconfiar que algo não ia bem neste pequeno cérebro, porque acho que ela acredita que, todas as noites o meu sofá se transforma numa savana africana, ela incorpora um robusto felino ali entre o tigre e o leão, e para mim sobra o papel de antílope. E é vê-la em posição de ataque, a olhar-me fixamente, cabeça rente ao sofá, as patinhas de trás a demonstrarem crescentemente o seu grau de ansiedade, e.... zás!! Ataque consumado e eu que me aguente com as mordidelas e arranhões. E a seguir à que voltar para o posto de ataque e repetir os procedimentos vezes e vezes sem conta.
E hoje, mais uma estranheza: toda a gente sabe que os gatos não nutrem grande apreço pela água. E põem-se logo com tremores e mariquices. Pois este gato tomou banho hoje pela primeira vez e adorou! Aliás, esteve mais quieta no alguidar da água, do que nos serões no sofá.
E a questão fica no ar: será isto normal?
Aguardemos pelos próximos episódios...
... na esperança de que as minhas mãos comecem a ser menos fustigadas!
Por mais vezes que passasse por mim, nos minúsculos corredores daquela casa, perguntava sempre com o mesmo sorriso "Então senhora professora, tá boa?". E eu respondia "estou sim minha querida, desde a última vez que me perguntou!". Era uma lutadora, sonhadora e optimista, e nunca as suas limitações a fizeram baixar a guarda. Um dia, num inesquecível jogo da forca, inventou um animal: lagoípa. Ninguém sabia de que animal se tratava, nem a própria. Mas desde então passou a personificar o tal animal mistério. Era a nossa lagoípa. A última vez que a vi foi no dia dos namorados, radiante, de cabelo arranjando e roupinha de domingo, com um sorriso tão largo que quase não cabia no rosto. Era a minha lagoípa encantada com o seu amor. E disse-me mais uma vez, com uma convicção que tornava impossível a recusa, "sente-se aqui senhora professora, ao pé da gente"...
Mais uma vez, não é justo, mas soube ainda à pouco, que esta foi a última vez que vi e falei com a minha lagoípinha. Ela merecia tudo, e como se não bastasse tudo o que lhe foi sendo tirado, acabou assim, cedo demais.