aquela sensação de que nada faz sentido. Como se alguma entidade estranha me revolvesse as entranhas e saísse, deixando tudo fora do sitio. Sinto-me uma bagunça, um caos. Como uma casa na qual não se entra há anos, e quando se tem coragem de finalmente abrir a porta, munida de balde, esfregona e pano do pó, o cenário é tão catastrófico que a única coisa que se quer realmente fazer é bater a porta, com a mesma rapidez com que se abriu, e desaparecer para bem longe.
Ou simplesmente deixar cair os utensilios de limpeza, seguidos do corpo, e chorar até que ele decida parar...
Não sou muito dada a patriotismos, especialmente nos tempos que correm. Já nem vejo os jogos da selecção, que era realmente o mais patriótico que fazia.
No entanto, esta semana concretizou-se algo que verdadeiramente me deixa orgulhosa de ser portuguesa, e por isso até sinto o dia de Portugal mais perto (até literalmente, uma vez que se comemorou em Faro). Por mim, deixava todos os protocolos, todos os discursos batidos, todas as condecorações sem mérito; ficavam apenas as que mereciam de facto sê-lo, ficavam também os militares (para alegrar as vistas) e este ano comemorava a justiça que começou a ser feita esta segunda feira. Finalmente deu-se um grande passo para fazer cumprir o que há muito faz parte da nossa Constituição: "Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual."
Não somos organizados, falha-nos vezes demais a honestidade, o nosso pensamento não passa do curto prazo, e isso traz-nos valentes dissabores. Elegemos maus políticos, fomentamos maus profissionais, temos uma memória curtinha curtinha, usamos o "desenrascar" como modo de vida, precisamos dos favores dos outros permanentemente, damos passos maiores que as pernas e idolatramos o novo rico e o chico esperto... mas não somos um mau povo. Um povo que canta o fado, que fala esta língua, que tem o mar como horizonte, que construiu as maravilhas que ostentamos neste rectângulo e que fez uma revolução com cravos vermelhos, não pode ser mau povo.
Eu não sou dada a patriotismos, mas ainda me arrepio ao ouvir o hino nacional e sim, sei a letra. E a partir desta semana, vou poder dizer que sou portuguesa e que no meu país pode amar-se quem se quiser. Vai levar tempo, mas eu tenho a certeza que esta lei vai tornar-nos um mais "nobre povo", que daqui a uns anos orgulhará as gerações vindouras, tal como ainda hoje nos orgulhamos dos "heróis do mar".
Esta pintura estava em Faro, num muro perto do departamento psiquiátrico. Por baixo do "Ama quem quiseres" estavam, como ainda dá para ver um bocadinho, dois casais de bonecos semelhantes ao símbolo do Bloco de Esquerda, representando dois casais homossexuais. E lembro-me desta pintura há pelo menos uns 10 anos. Infelizmente há sempre um ótário que gosta de estragar...
foram os anos que passaram desde que desapareceste. De todas as minhas perdas, continuas a ser a mais dolorosa. Tenha tantas saudades tuas... dói...
só quero que os teus olhos se orgulhem de mim...
onde quer que estejas, que te orgulhes tanto que eu seja tua neta, como eu me orgulho de te ter como avô.
*
Eu gostava de contextualizar este vídeo com algo que pudesse justificar a sua concepção.... mas não consigo. Apenas posso dizer que isto passa-se no bar do Colégio do Espírito Santo, Universidade de Évora, e estas pequenas trabalhavam lá, aquando dos meus tempos de estudante. E esta é uma das razões pelas quais a Universidade de Évora é "Honesto estudo, com longa experiência misturado"
Acho que a fotografia não serve para captar momentos, mas sim para criar momentos. Deve vir daí a minha complicada relação com as máquinas fotográficas: normalmente esqueço-me de as usar, e quando as uso, dado o meu fraco jeito como fotógrafa, fico sempre decepcionada. Porque eu não consigo criar a magia de uma fotografia como objecto de arte, e uso-a para apanhar aquilo que os meus olhos vêem... é impossível. A fotografia serve para captar aquilo que os olhos não vêem.
No entanto, o céu hoje estava lindo demais, eu tentei...
DA JANELA DA MINHA CASA, O CÉU É ASSIM
Like balloons,
we are filled with hopes and dreams
But over time a single sentence creeps into our lives…
Don’t be stupid
it’s the a crusher of possibility
It’s the world’s greatest deflator
The world is full of smart people
Doing all kinds of smart things
That’s smart
Well we’re with stupid
Stupid is the relentless pursuit of a regret free life
Smart may have the brains
But stupid have the balls
Smart recognizes things for how they are
Stupid sees things for how they could be
Smart critiques
Stupid creates
The fact is if we don’t have stupid thoughts
We’d have no interesting thoughts at all
Smart may have the plans…
But stupid have the stories
Smart may have the authority
But stupid have one hell of a hangover
It’s not smart, it’s stupid
To be stupid is to be brave
Stupid isn’t afraid to fail
Stupid knows there are worse things than failure
Failure like not even trying
Smart have one good idea
And that idea was stupid
You can’t outsmart stupid
So don’t even try
Remember: only stupid can be truly brilliant
So, be stupid!
Hoje de manhã, no infantário por baixo de minha casa, aos habituais guinchos daqueles seres de 1m de altura, acresceu o som de uma vuvuzela... Pode ser que não agrave, mas pelo sim pelo não, vou comprar um kit de explosivos.
Sim, porque os amarelos e os tartarugas a fazer concursos de gritos eu ainda tolero mas, meus amigos, vuvuzelas, ultrapassa os meus limites!
Conseguir avançar é uma virtude.
Saber parar é outra virtude, com igual mérito e valor.
Por algum motivo para o qual não tenho uma explicação lógica, senti que estava demasiado absorvida pelo espírito da rede social da moda. Não, não tenho quinta, mas mesmo assim, senti que estava a ser demais. Pelo que, decidi desactivar a minha conta, até me apetecer voltar. Consideremos uma desintoxicação!
Sim, tenho definitivamente que aprender a parar, e não me refiro somente ao facebook... mas tenho que começar por algum lado.
De qualquer forma, para os que aqui passarem e sentirem a minha falta na sua lista de amigos, não pensem que vos apaguei. Apaguei-me mesmo a mim.
Mas continuo nas apoquentações e no msn, para quem sentir sentir muitas saudades da minha pessoa :)