acordar com os gemidos dos meus vizinhos de cima. Há bastante tempo que não acontecia, e já lhes sentia a falta. Confesso que hoje esmeraram-se e certamente que deve ter sido um bom início de semana! :)
PS: Não tem nada a ver, mas tem que ser desta que eu deixo de ser parva. E por falar nisso, já vai sendo hora de aparecer alguém decente na minha vida...
Nos últimos tempos tenho estado assim, a intervalar a euforia, o calor, o good feelling veranil, com a tristeza, angústia e afins. Razões? Não sei. Nem para um estado, nem para outro! Sei que hoje só me apetece lavar a alma em litros de água salgada vinda directamente dos meus beautifull eyes. É uma mistura de raiva, tristeza e muita vontade de colo, de mimo. Hoje queria ser pequena outra vez, chegar a casa e ter a minha família toda reunida em redor do tempo quente, a banhos na piscina, com as lembranças trazidas do longínquo estrangeiro, onde passavam tudo o frio Inverno, e as meias estações. Queria o meu avô, os meus tios, os meus primos, quero a minha mãe.
Queria voltar ao tempo em que não haviam ilusões. Tudo o que era real estava ao alcance da minha mão, e tudo o que não existia estava guardado no meu quarto, de persianas fechadas, onde imaginava e sonhava tudo o que um dia queria ser. Ninguém me deixava acreditar em coisas que não eram verdade, a não ser que o menino Jesus me dava um bombom quando me portava bem. Ninguém desaparecia sem se lembrar que era para sempre responsável por aquele que tinha cativado. Ninguém me desapontava, fazendo de si algo que não é. E eu não tinha que me preocupar com mais nada que não fosse o horário da novela ou a vida sentimental da Barbie Vestido de Noite com o Ken Desportista.
Queria voltar à minha infância, porque hoje sinto-me uma adolescente em crise, e definitivamente não me apetece regressar à vida adulta.
Quando é que uma gaja percebe que está na altura de passar um dia inteiro entre esteticista, cabeleireira e eventualmente spa, para relaxar? Quando os malditos calos já não permitem um dia inteiro confortavelmente nos tacões e as unhas anseiam por um vermelho garrido a combinar com o verão; quando se tiram os pêlos das pernas com máquina, entre as 9:00 e as 9:15, só para disfarçar a coisa e dar para usar saia; quando se começa a identificar um farfalhudo buço ali entre os lábios e o nariz; quando os poros anseiam por uma bela limpeza, e acima de tudo, quando em 2010 se ostenta um cabelo que parece vindo directamente deste videoclip...
de Dezembro de 2007.
Mas hoje apetecia-me mesmo isto...
Só queria dançar contigo, sem corpo vísivel,
dançar como amigo se fosse possível
dois pares de sapatos levantando pó
dançar como amigo só
É Domingo à noite e estou tão cansada que quase não sei a que terra pertenço. Na verdade, nunca fui muito resistente a actividade intensa e poucas horas de descanso.
Mas este foi daqueles fins de semana quase a roçar a perfeição. O cansaço de hoje chega a saber a pouco. Longe do computador e dos vícios virtuais, com muita praia, com esplanada à noite, com as minhas moças com quem há tanto tempo não estava, com os meus extraordinários ex formandos que proporcionam sempre umas noites fantásticas, regadas com a bela da mini nas festas da terra do Sr. Presidente da República, e hoje família, muita família... E outras coisas pelo meio, a redobrar o entusiasmo!
Sol e lua, o meu Algarve do céu azul, que este ano parece estar ainda mais bonito, tempo quente, pessoas... e o resto simplesmente acontece!
Que venham mais destes, de preferência já daqui a 5 dias!
Ontem andei atarefada, a apagar recordações e a pensar que pela primeira vez me disseram "até nunca", e que "até nunca" era algo que eu jamais diria assim, quase gratuitamente, a uma pessoa que fosse, ou tenha sido, minimamente especial para mim.
No entanto, ao fim do dia falei com o meu primo e ele disse-me que a minha tia tinha conseguido falar pela primeira vez. Depois de quase 5 meses sem poder pronunciar um som que fosse, com um buraco na traqueia por onde respirava e outros dois nos estômago, por onde era alimentada; depois de tantos avanços e recuos, que infelizmente ainda não terão acabado, houve finalmente algo de verdadeiramente bom!
Há uns tempos que tenho pensado nisto: sempre me disseram, desde muito pequenina, que toda eu era a família do meu pai, na forma de ser, na fisionomia, nas expressões... Antes, talvez porque sempre estive mais próxima da família da minha mãe, e porque era demasiado nova para perceber as coisas, não levava isso como algo bom. Mas hoje percebo que seria uma grandiosa mulher e pessoa, se tivesse um bocadinho só da força e da coragem que têm as minhas tias, irmãs do meu pai. A vida não tem sido branda com nenhuma das duas, mas cada uma da sua maneira, são dois verdadeiros exemplos de luta e de como se aguentar de pé, quando tudo nos quer deitar abaixo.
Não é quando me dizem deliberadamente "até nunca" que importa; o que importa é quando alguém que realmente vale a pena, luta desesperadamente para não pronunciar estas palavras!