Domingo, 2 de Setembro de 2007
Disse-me ela, em jeito de desafio: lembrei-me da mensagem que escreveste, onde dizias não perceber como é que passaste de bestial a besta em tão pouco tempo, e lembrei-me que comigo também aconteceu o mesmo, e conheço muitas mais bestiais com história idênticas. Não queres escrever alguma coisa sobre isso? (…) tu, que ainda tens alguma emocionalidade, ao contrário de mim, que já estou amocional. E eu aceitei.
Talvez seja importante contextualizar que falamos de relações amorosas, e dos de repentes de determinados seres que nos elevam à condição de rainhas durante certo período de tempo, seja ele mais ou menos prolongado, e que, de um dia para o outro (literalmente), se despedem de nós, sem despedidas. Tipo “preciso de um tempo para pensar”, ou “estou a passar por um período muito mau e acho que vai ser melhor para ti”, ou ainda ”estou confuso e não sei muito bem se é isto que eu quero”… Dizemos, ou pensamos nós, ainda atropeladas pela surpresa: “mas oh mor, ainda ontem estávamos a passear de mãos dadas; ou, tenho uma mensagem guardada em que me repetias que eu era a luz dos teus olhos, e isso não foi há mais de 3 dias;ou ainda, então, quando conseguimos finalmente um orgasmo ao mesmo tempo, é que precisas de reflectir?”
Confesso que a azia que me dá nestas situações é pensar: “Mas porque é que não me anticipei?” Sim, não é a decisão em si que me aflige, até porque o meu lado amoroso ainda não me permitiu acreditar em relações eternas. O que chateia é a forma como estas almas nos deixam num altar que não queríamos, mas que eles fizeram questão de nos criar, e saem porta fora, sem sequer um adeuzinho timido, de quem fez porcaria e foge de fininho. E nós ali, tácitas, vemo-los correr num espalhafato de liberdade que nunca deixaram de ter, e no meu caso ainda acrescenta, mesmo à saída da porta ”tu torras a cabeça a um homem!”… “Oh mor, mas e o orgasmo de ontem à noite?”, penso…
Bem, aproveito o trono para deixar cair o corpo rijo de sobressalto… Mas afinal, o trono é de espuma e… Puff, chão com o cóxis! E vai doendo, porque o osso é sensivel e a maleita é daquelas moínhas que, volta não volta, acena para marcar presença. Mas a coisa vai-se compondo, com a mão esquerda a ser agarrada pela direita, e vice versa, quando atacam as tentações de contactos descabidos, instantaneamente traduzidos em humilhações. E quando toda a ossada se parece reerguer a custo da traiçoeira queda, eis que outro fenómeno acontece: por este ou aquele motivo, um dos meios de contacto começa a piscar, vibrar, zinir. E as letras tomam aquela configuração que até já me tinha convencido que não queria ver mais… (mentira… de vez em quando o cóxis ainda acena). Vem escrito, vem falado, vem respirado, vem um discurso de ex colegas que se reencontram nas superficialidades das suas vida. E no meio das insignificâncias vem um “tu continuas bestial, eu é que sou uma besta” e o apogeu é “tu mereces melhor!”. Deixo cair o corpo rijo no trono… mas o trono é de espuma! O cóxis esse, sofre um pouco mais. Que lhe valha o anterior ensaio.
Sim, sou bestial e nunca deixei de o ser, e quanto a merecer melhor, sim mereço. Continuo sem perceber os de repentes, mas cada vez isso é menos importante. Contudo, nos entretantos, continuo a lembrar do orgasmo de há 3 meses atrás!

(escrito há cerca de 2 meses)


apoquentado por Béu às 00:51 | linque da apoquentação | mandar pitafe

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