Quarta-feira, 15 de Agosto de 2007
Cores de leveza flutuam nos corpos simples, despidos de luxos e enfeites; o pó maquilha rostos e peles, mesmo dos que não desejam; e assim se vive num outro espaço, diferente nas muitas igualdades, semelhante em tantas outras diferenças. A dança dá o mote, até para os pés de chumbo com audácia. Trocam-se odores, tocam-se peles desconhecidas, e ninguém leva a mal a falta de um duche e roupa limpa. A pele é mesmo assim, e quando se partilham danças, vai-se muito além da sua camada superficial. A igualdade de estados traz todas as desculpas e justificações.
A beleza persiste e adensa-se para além dos artefactos, artificios e artimanhas do espelho, dos pinçéis, dos retoques. Apetece dançar para sempre, aperfeiçoar passos, descobrir ritmos, encontrar olhares, despertar sensualidades. A dança é tudo isto e tudo mais. É completa, envolve-nos em todos os sentidos e transforma-os em 10, 15, 100, 1000... tantos quantos os que passam, agarram, sentem...
O tempo é de dança, do calor da dança, do frio da dança, do ameno da dança. Deixemo-nos envolver, e que siga a dança. A um tempo por agora. Outros compassos hão-de se seguir.