Voltar ao Alentejo é assim... Mistura-se tudo e o peito parece pequeno para aconchegar o que se sente.
A plana planície perde o equilíbrio e reveste-se de íngremes subidas e descidas, e do sorriso à lágrima vai um caminho demasiado curto.
Não me canso de admirar esta beleza triste, das ruas empedradas de nostalgia, dos nativos dimingueiros nas romarias aos cafés centrais, homens que pulvilham as ruas, enquanto as mulheres prestam o culto religioso seguido dos afazeres para preparar o almoço.
Há um miradouro em cada terra, e por mais que o verde se repita, por mais que as linhas que limitam os vários tons de castanho, se tornem familiares, tudo parece sempre estranhamente novo. Os sons das gentes arrastam as palavras, esticam-nas e tornam-nas mais doces. Os olhos reconhecem os forasteiros e acompanham-nos de forma penetrante, como se de invasores da monotonia se tratassem.
Na brancura das casas reflecte-se a saudade, porque a saudade acompanha sempre o regresso ao passado... a este passado.