Tenho carta de condução de ligeiros desde os 18 anos e antes disso, aos 16, tirei a carta de motociclos até 125. Portanto, foi há sensivelmente 10 anos que começou uma espécie de relação triangular de amor/ódio entre a minha pessoa, os meios motorizados de transporte (felizmente nunca fui apanhada a transgredir na bicicleta a pedal) e os agentes da autoridade.
Ainda me lembro de ir eu e a minha amiga Bichinha, ainda antes da maioridade, na saudosa famel cor de rosa choc, por aquelas estradas onde simplesmente não se vê vivalma. Mas nós estávamos lá, e curiosamente sem documentos. E obviamente que tinha que aparecer o nissan patrol verde seco, com a sigla GNR, e sim, só por marotice, tinha que nos mandar parar, tinha que gozar um bocadinho o prato, pedir documentos, assustar com o "vou ter que a autuar" e no fim deixar-nos ir embora dizendo "vá, vá lá embora, antes que isso vá abaixo". E nesse preciso momento, engato a 1ª das 3 mudanças, acelero e guino para a valeta, como quem diz "mesmo agora me espeto aqui, só para mostrar que faço oitos disto!"
Depois chegou a viatura automóvel, e os limites de velocidade começaram a perseguir-me. A primeira vez foi ali perto de Ourique. Ainda não tinha os 2 anos de carta, conduzia um carro comercial que tinha o estúpido limite de velocidade de 80km/h. Fui apanhada a 121Km/h (não me esqueço do número). Penso que desta vez foi mesmo a BT. Ainda fizeram piadolas, do estilo "então vinha embalada da descida não?!" e lá prosseguiram com a velha história "os seus documentos e os documentos da viatura por favor". Lembro-me de ter ficado tão nervosa, que no fim ainda pedi desculpas aos senhores!
De excesso de velocidade foram mais 2. Uma a minha sempre disponível mãezinha lá ficou com ela, a outra ficou para mim. Ainda houve um sentido proíbido, e 'tá claro que a acumulação de pontos negativos deu-me 2 felizes meses sem poder conduzir, onde pude usufruir da fantástica rede de transportes públicos que serve S. Brás de Alportel!
Tive o famoso episódio com a corpo de intervenção que está descrito ao pormenor aqui.
E chegámos à parte do estacionamento. Não será muito provável que os estimados leitores vejam o meu mostarda dijon estacionado em sítios proibidos, ou em cima de passeio. Embora não possa dizer que nunca o tenha feito, é contra os meus princípios, pois se há coisa que respeito são as acessibilidades. No entanto, não são raras as vezes que estaciono em parque pago e não ponho ticket ou deixo passar o tempo e depois não pago a coima passada pelos senhores da EMEL, mas de Faro. Ora esta rebeldia já me valeu dois bloqueios. E apesar de concordar que as fitas amarelas não vão mal de todo com o dourado da minha viatura, torna-se maçador que uma coisa que me podia ter custado 1 ou 2 euros, inflacione para os 70€.
E pronto, chegámos finalmente à passada quinta feira, dia 8 de Outubro. Pois diz que o dia começou ruinzinho, com uma amigdalite a moer-me a garganta, o ouvido e já a passar para o lado direito da cabeça. Fui logo ao senhor doutor, que me receitou antibióticos, analgésicos e afins. E talvez estas drogas justifiquem a minha atitude tão passiva. Ora, na parte da tarde eu tinha outra consulta, e no momento em que estacionei o carro já estava 10 minutos atrasada e ainda estava longe do sitio. Pensei de mim para mim "hum, isto é só uma horinha, pode ser que me safe" e lá fui airosa, sem ter posto o ticket. Quando regressei lá estava o dourado, ainda mais amarelo, já sendo alvo de comentários por parte dos transeuntes. Liguei calmamente para o número e pedi "por favor, era para me virem desbloquear o carro, que está aqui na doca". E sentei-me a aproveitar aquele tão bonito fim de tarde com vista para a Ria Formosa. Eis que vejo ao longe o senhor Policia, juntamente com um dos senhores mais odiosos do mundo da EMEL de Faro (eu sei que EMEL é só em Lisboa, mas gosto desta designação). Como da última vez que me vieram desbloquear o carro, vinham de reboque, pensei que aqueles dois ainda não fossem para mim. Fiz-me despercebida, mas quando vi que o PSP já estava a comunicar, lá me dirigi e aí começou o rol de parvoíce. O Agente pergunta-me "você é da viatura" e eu respondo "não, não, a viatura é que é minha", só assim para quebrar o gelo. Daí ele diz-me o tradicional "pois, vou ter que a autuar", e eu digo "sim, claro, e quanto é a minha conta?" e ele diz-me "são 30€". Ora como já sou batida nestas coisas disse-lhe "sim, 30 € de multa, mas depois ainda tenho que pagar para desbloquear" e aí o EMEL ajudou "sim são mais 30€ de para desbloquear e se quiser também pode pagar os recibos de estacionamento que tem em atraso". O policia para se tentar afirmar lá diz "ah, ainda por cima é reincidente!". Digo eu "bem, então esperem só um bocadinho que vou ali levantar dinheiro", e lá fui, na paz. Quando regressei lá estava o Agente todo atarefado a preencher os 1500 documentos que tem que preencher, e foi aí que começou a nossa relação quase terapêutica. Nitidamente eles estavam mais nervosos do que eu. O EMEL era uma doce de pessoa e ainda por cima gaguejava, o que dá logo um ar frágil. Quase me pediu desculpas por ter passado por ali naquele momento e por me ter mandado bloquear o carro. O policia começou a desabafar, dizendo que era a primeira vez que passava uma multa daquelas e que não gostava nada daquele serviço. Foi ao manual ver os códigos e letras e sei lá mais o quê. E eu, que parecia que tinha fumado coisas ilegais, só me ria e tentava confortá-lo dizendo "ah, deixe lá, até teve sorte que eu não sou muito mau feitio e já estou habituada a estas lides". E ele, entre a atrapalhação dos papeis, dizia-me "olhe que eu não vou dormir esta noite, com esta multa que lhe estou a passar. Detesto fazer isto. Em 18 anos de polícia, deve ser aí a décima multa que passo. Isto é só um gratificado que estou a fazer. Eu faço parte da divisão de crime...". E sim, eu tive que acalmar o senhor e dizer "deixe lá, eu é que transgredi, você só está a fazer o seu trabalho", entre outras coisas do género, para ver se o homem não começava ali a chorar. Moral da história: eu tive que pagar 74€ e qualquer coisa, e ainda tive que consolar aquela alma!
E é por estas e por outras que eu continuo irremediavelmente atraída por homens de fardas, mesmo com todo o dinheiro que já me levaram! :)
a) "Pela boca morre o peixe" (provérbio popular) Confere! Tenho sempre uma lucidez fantástica, e um bom senso de fazer inveja a qualquer guru, quando se trata de mandar pitafes sobre a vida dos outros. Sei sempre melhor o que não quero ser, o que não quero fazer, o que não quero dizer, porque vejo isso nos outros e, vá de reto Satanás, eu nunca faria uma coisa daquelas. Pois não... Ai, ai, é nessas alturas, aquelas em que faço coisas que "nunca iria fazer na vida" que devia cair aquelas úteis bigornas dos desenhos animados, mesmo em cima da minha cabeça.
b) Se há coisas boas em morar no Algarve, uma delas é isto: poder estar na noite de dia 3 de Outubro, com pessoas de quem se gosta, debaixo de uma lua majestosa, com os pés na areia fresquinha, com clima ameno o suficiente para um vestido de alças, a dançar como se não estivesse ninguém a ver.
c) O meu prédio é uma caixinha com 8 andares carregadinhos de surpresas. Desde o presidente da Junta, até ao ginecologista acusado de assédio, passando pelo perturbado que atira pão duro para as escadas e faz xixi pela janela e pelos utentes do centro de dia da Santa Casa da Misericórdia, cuja média de idades andará por volta dos 120 anos, somos todos protagonistas de episódios dignos de registo. Dos últmos foi mesmo alguém que resolveu que o elevador seria um óptimo sitio para defecar, e sim, permaneceu lá o... vamos lá... cagalhão, durante 5 dias, sendo que durante este tempo foi dividido em porções que depois apareciam no patamar das escadas e na rua, mesmo em frente à entrada. Bem, é uma coisa chata, mas ultrapassável. Refrescante mesmo é ontem ter-me deitado às quase 7h da manhã e acordar hoje, antes de prefazer as 8h de sono de beleza, com os gemidos de prazer do casal de meia idade do 4 andar. O amor é lindo, e reconheço que com som é muito mais excitante, mas realmente não é agradável acordar assim.
d) Ninguém com o nome de Abúndio deveria poder candidatar-se a cargos públicos.
e) Acho que deveríamos ter implantado a república mais vezes, e fazer com que calhasse sempre à segunda! Este prolonagamento está a saber-me pela vida.
E acho que é isto.
Ora bem, parece que alguém lá do divino me deu a missão de transmitir a palavra, numa área muito importante para o mundo feminino, nomeadamente das mulheres que fazem depilação nas virilhas e não se sentam em sanitas públicas. É este o público alvo do meu post.
Eu, que sou uma desbocada, e não tenho problemas de falar em assuntos que fazem parte do quotidiano, por mais que seja um quotidiano que não é propriamente romântico, tenho vindo a partilhar o drama de quem faz a depilação nas virilhas e fica sem pêlos condutores para o xixi.
Nós mulheres, sofremos bastante na ida às casasde banho públicas, fazendo mil e quinhentas acrobacias para não nos sentarmos na sanita, mas ao mesmo tempo acertarmos no buraco. E isto é já suficientemente complexo quando há os tais pelitos para ajudar a direccionar a micção. Quando não os há, é uma tarefa herculiana.
E vivem-se momentos dramáticos, em que se vão repetindo gestos para ver se algum dia, algum deles resulta.
Assim:
. existe o bambolear da anca, para ver se há algum ângulo mais favorável;
. o controlo da pressão da saída da urina, pois umas vezes parece que a coisa vai mais certinha com mais fluxo, mas outras, a saída suave parece ser a melhor escolha;
. o pegar em papel higiénico e tentar proteger ao máximo as pernas que já vão com o xixi por ali abaixo (no caso de estar de calças, é ainda pior);
. o dizer algumas asneiras, do tipo f***-se, lá está esta m**** a acontecer-me outra vez;
. e no fim, avaliar os danos, ao nível das pernas, das calças, da sanita e nos casos mais graves, do próprio chão!
Sim, todas as pessoas (mulheres) a quem tenho falado desta questão me dizem: "ah também te acontece?! Eu pensava que só me acontecia a mim!" E daí a minha importante missão: Mulheres de todo o mundo, isto acontece-nos a todas!
E lanço o apelo a que, se alguém tiver uma ideia de como resolver esta questão, sem ter que voltar ao tufo piloso na virilha, e que também não envolva algálias, ou tena lady, que partilhe com o mundo, porque, parecendo que não, isto transtorna.
Basta uma ida a 3 ou 4 páginas de Hi5 para reparar que a maior parte das pessoas coloca na sua descrição a fantástica frase "sou amiga/o dos meus amigos"...
Fico contente por saber que a maior parte dos meus "amigos" do Hi5 são amigos dos seus amigos.
Assim é que é, não mudem nunca, porque o importante é o interior e não o exterior.
E o que interessa é viver o presente, porque o presente é uma dádiva, por isso tem este nome....
Adoro clichès!
E também sou muito amiga dos meus amigos, ah pois sou!
Eu sou assumidamente parcial para fazer o comentário que vou fazer, mas que se lixe.... aqui o estaminé é meu!
Ora, estava a ler as condições de candidatura ao curso de medicina promovido pela UAlg para licenciados:
Quem pode concorrer?
Os candidatos devem ser possuidores de, pelo menos, um diploma de licenciatura ou equivalente legal. Dada a natureza do curso, aceitam-se licenciaturas nas áreas das ciências da natureza (Biologia, Geologia, Química, etc.), ciências da saúde e afins (Medicina Dentária, Medicina Veterinária, Enfermagem, Farmácia, Ciências Biomédicas, etc.) ou ciências exactas (como Matemática, Física e Engenharias).
Eu compreendo perfeitamente as afinidades com bilogia, quimica, medicinas dentária e veterinária, farmácia ou ciências biomédicas. E também compreendia que a psicologia não estivesse entre as áreas abrangidas, se não se partisse do pressuposto que um matemático, um geólogo, um fisico ou um engenheiro esteja mais próximo da medicina do que um psicólogo.
Não que eu estivesse interessada, mas sinceramente fez um bocadinho de confusão estes critérios. Mas quem manda lá terá as suas razões...