Nada mais coerente para uma licenciada em Psicologia, a trabalhar numa Associação de Saúde Mental, do que ter uma gata com perturbações mentais. E a cada dia que passa, mais se confirma que este felino não joga com o baralho todo.
É verdade que quando chegou era muito quietinha e timida. Mas apropriou-se do espaço e agora ninguém a segura. Comecei a desconfiar que algo não ia bem neste pequeno cérebro, porque acho que ela acredita que, todas as noites o meu sofá se transforma numa savana africana, ela incorpora um robusto felino ali entre o tigre e o leão, e para mim sobra o papel de antílope. E é vê-la em posição de ataque, a olhar-me fixamente, cabeça rente ao sofá, as patinhas de trás a demonstrarem crescentemente o seu grau de ansiedade, e.... zás!! Ataque consumado e eu que me aguente com as mordidelas e arranhões. E a seguir à que voltar para o posto de ataque e repetir os procedimentos vezes e vezes sem conta.
E hoje, mais uma estranheza: toda a gente sabe que os gatos não nutrem grande apreço pela água. E põem-se logo com tremores e mariquices. Pois este gato tomou banho hoje pela primeira vez e adorou! Aliás, esteve mais quieta no alguidar da água, do que nos serões no sofá.
E a questão fica no ar: será isto normal?
Aguardemos pelos próximos episódios...
... na esperança de que as minhas mãos comecem a ser menos fustigadas!